Algumas coisas importantes que aprendi...


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Quando o pastor da igreja me chamou para ser líder dos jovens, eu não imaginava que a minha vida nunca mais seria a mesma.
Não havia um grupo de jovens na igreja e eu nem sabia por onde começar. Então ele me aconselhou que reunisse os jovens que já  frequentavam a igreja, pois estavam todos dispersos, cada um para o seu lado, mal  falavam um com o outro.
A primeira jovem que eu convidei adorou a ideia de formarmos um grupo, ficou bem empolgada e eu achei que essa seria a reação  de todos. Mas quando fui falar com a Adamine pela  primeira vez, levei um gelo tão grande que deu vontade de deixá-la pra lá  kkk. Mas eu vi que não foi por mal, e continuei chamando-a para entrar no  grupo. 
Eu nunca havia notado a Adamine na igreja, apesar de estarmos lá todos os domingos. Eu já participava do trabalho da evangelização, ajudava na escolinha bíblica e era muito disposta a ganhar almas. Mas eu sempre procurava anunciar o evangelho para quem estava fora da igreja, jamais havia pensado que as pessoas que estavam dentro também precisavam de ajuda.

Mas o fato de ter convidado a Adamine para o grupo e ela ter tido uma reação não muito amigável começou a mudar meu jeito de pensar. 

Como poderia ter gente dentro da igreja que eu nunca tinha notado?
A Adamine resolveu vir para o grupo e eu fui vendo como ela era. Seu cabelo muito preto, seus tênis all-star e suas roupas quase sempre roxas, a deixavam com um aspecto um pouco sombrio. Nas redes sociais (na época o mais usado era o orkut) ela postava músicas melancólicas do Evanescence, porém tinha fotos aparentemente felizes, rodeada de amigos.

Porém, alguma coisa me intrigava. A Adamine estava sempre rindo, mas também tinha uma timidez exagerada. Ela era muito simpática, mas também muito nervosa.

Meu irmão e meu vizinho também entraram no grupo de jovens e, a cada reunião de sábado eu descobria algo novo sobre o grupo e principalmente sobre a Adamine, que era bem retraída.

Ela tinha uma visão muito negativa de si mesma, alguns complexos, algumas decepções e questões não resolvidas, o que refletia em seu comportamento. E mesmo com uma batalha interior tão grande, a Adamine sempre se mostrava uma pessoa prestativa, determinada, fiel e humilde. Ela não nunca procurava elogios e também nunca gostava de aparecer ou ter méritos.

Eu ficava pensando em como fui egoísta em achar que todas as pessoas que estavam na igreja estavam bem e não precisavam de cuidados. O fato de estar na igreja não quer dizer nada.

É claro que, quem está na igreja tem mais oportunidades, pois esta sempre em contato com a Palavra de Deus. Mas essas pessoas também precisam de ajuda, atenção, orientação, incentivo.

Eu vi que, apesar de estar na igreja, a Adamine era alguém que precisava resolver sua vida e seus dilemas, e também era um talento escondido, pois com características tão íntegras, poderia ajudar muita gente.

Então eu comecei prestar atenção em todos os jovens do grupo. Não ficava satisfeita com o simples fato de estarem no grupo e na igreja. Depois de conhecer a Adamine, eu passei a olhar todos de forma diferente.
Já não os via como números no grupo ou na igreja, mas como pessoas que tinham uma vida além do sábado e do domingo, tinham problemas, conflitos interiores, tinham uma história, um passado. Isto é, passei a verdadeiramente vê-los como almas.

Essa lição me fez criar o lema do nosso grupo: qualidade sempre é melhor que quantidade. Esse lema nunca vai mudar.
No nosso grupo todos são bem vindos e vistos como almas, não como números.

Hoje, a Adamine é uma grande mulher de Deus e também lidera um grupo de meninas, mais novas e mais velhas do que ela. Hoje ela quebrou seus traumas do passado e mudou a visão de si própria. Hoje ela toma coragem, toma decisões sozinha, é independente, faz faculdade, tem seu emprego e tem um homem de Deus que gosta dela e a respeita.
Hoje ela não é sombria, mas transmite a luz de Deus aonde vai.

E eu vim aqui contar essa história porque ela diz que eu a ensinei muitas coisas. Mas o que ela não sabe é que também me ensinou muito. Me ensinou a ver as pessoas pelo que elas são por dentro, a realmente vê-las como almas. Me ensinou que mesmo as pessoas que estão dentro da igreja precisam de atenção e acolhimento.

Eu ainda sou a líder do grupo, mas a grande filosofia que envolve a todos nós (a da qualidade na vida espiritual) veio dela sem ela nem saber.
A gente tem uma pulseira que significa: ESTAR NA FÉ O ANO TODO. (É essa da foto kkk)


Então eu quero aproveitar esse espaço e essa oportunidade para dividir essa experiência e para dizer a Adamine MUITO OBRIGADA.

Você passou por muitas injustiças e situações difíceis. Mas Deus honrou sua Fé e honrará muito mais. Obrigada por tudo o que você me ensinou e que Ele continue te abençoando sempre. ;D

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