
Cresci longe do meu pai, que ia me visitar às vezes. Minha mãe nunca me deixou faltar nada, inclusive educação. Ela sempre foi mãe e pai, presente, trabalhadora.
Minha família sempre foi grande, com primos de todas as idades e a gente adorava se reunir pra brincar.
Tive uma infância muito feliz, e apesar de todos os problemas, nunca liguei para nenhum deles. Dentro de mim sempre houve uma grande curiosidade sobre Deus e, mesmo eu sendo pequena, ia em várias igrejas com qualquer adulto que me convidasse, tentando desvendar esse mistério, querendo saber quem me criou e porquê.
Quando meu irmão nasceu eu tinha 10 anos. E com 11 eu comecei a passar por um período inexplicável para mim naquela época: depressão infantil. Tinha medo, complexo, pânico. Dormia mal algumas noites. Tinha vontade de me matar e cheguei a pensar num jeito de fazer isso. No fim da tarde ficava olhando para o céu com um medo de não sei o quê. Eu não conseguia entender nada daquilo.
E minha curiosidade por Deus aumentava. Eu me perguntava onde Ele estava enquanto tudo aquilo acontecia. Comecei ler uma Bíblia que tinha em casa e me sentia aliviada e em paz enquanto lia. Aquele medo ia embora. Então passei a ler sempre e descobrir um pouco sobre quem era Deus.
Comecei a orar, mesmo sem saber. Pedia por mim, minha família e amigos. Tinha vontade de falar para eles fazerem o que eu estava fazendo, pois funcionava. Mas não sabia como falar. Eu tinha vontade de ajudar as pessoas. Mesmo quando eu é que estava precisando de ajuda.
Conforme fui ficando em paz e o medo foi indo embora, fui me esquecendo de Deus. Entrei na adolescência e até falava com Ele de vez em quando. De vez em quando. Ele era o último da fila sempre.
Não fiz coisas extremamente erradas na adolescência, mas errei muito sim. Zoei, fui inconsequente, irresponsável, tive minhas fases de más-companhias. Parecia muito feliz, mas de vez em quando aqueles sintomas de depressão ameaçavam voltar.
Comecei ir no grupo de jovens na igreja e gostava, mas não queria compromisso. E eu sempre achava que os outros precisavam mais de ajuda do que eu. Ficava tentando ensinar os outros nadarem enquanto eu mesma me afogava.
Mas quando eu tinha 20 anos, depois de muitas cabeçadas, vi que já tinha passado da hora de me entregar de verdade e parar de brincar com Deus. Comecei a pensar na minha alma, na minha Salvação e resolvi que queria ser feliz de verdade. Me batizei e passei a ir à igreja buscando aprender, buscando mudar.
Deus foi muito paciente comigo. Foi me ensinando passo a passo e continua até hoje. Fui mudando, amadurecendo espiritualmente.
Passei por situações em que pensei: "agora acabou tudo, é o fim pra mim", mas era Deus me moldando. Ele nunca desistiu de mim. Nunca me negou Seu perdão, Sua misericórdia e Seu amor.
Eu nasci de novo. Eu recebi o Espírito Santo. Ele me mudou por dentro antes de mudar por fora.
Hoje posso ajudar as pessoas, pois hoje tenho algo para dar que antes não tinha. Continuo aprendendo todos os dias.
Sou líder do grupo que antes desprezava. Meu irmão faz parte do mesmo grupo, além de outros jovens que para mim são como filhos. Minha mãe está na presença de Deus.
E para quem não tinha absolutamente nada e até morava de favor, conquistei tudo o que preciso para viver independentemente. Mas sem sombra de dúvida a maior conquista é a espiritual, onde as trevas e o medo saíram para dar lugar à luz e à paz do meu Senhor.
Pra você que por algum motivo está lendo esse texto, tenho algo a dizer: Deus tem um plano pra você. Ele quer que você seja feliz e realizado. Se você deixar e se entregar, Ele muda sua história para sempre.
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